Aporrinhação.

Um dia eu estava reclamando com o Bruno, meu filho mais velho, das pessoas que chegam, e falam o que bem entendem, dão palpites na nossa vida como se fossem donas da verdade.
Nesse dia, Bruno me deu uma liçãozinha.
Ele disse que se as pessoas têm essa liberdade, é porque nós mesmos damos a liberdade. Como? Contando coisas, por exemplo. Reclamando. A gente dá as armas, para que sejam usadas em nós mesmos. E algumas pessoas, não pensam duas vezes em usá-las.
-Mãe, você se abre, conta suas coisas, seus problemas, a pessoa se sente no direito de palpitar, mesmo quando não solicitada.
Pensei e cheguei à conclusão de que ele estava certo.
Fui prestando mais atenção às minhas queixas com amigos, colegas, enfim. Fui me policiando.
E ainda assim, há dias em que ouço coisas, que, por Deus... preferiria não saber.
As vezes me dá vontade de ficar calada por meses.
Tá, eu sei... vocês que me conhecem, devem estar morrendo de rir, né?
Calada, eu?
hohoho (imitando a risada da Marina W)
Mas enfim tá dado o recado. Tem coisas que eu realmente não gostaria de saber. Não me contem, não me contem!