31 outubro 2005

Os sapatos

Foi um bom vôo.
Uma hora e trinta e cinco minutos de duração.
TAM.
Um lanchinho mirrado, uma cerveja preta.
Ao entrar na aeronave (é mais chique do que avião, será?) meu sapatinho dançou.
Sim, quebrou na frente. Uma tira que prendia o peito do pé.
Pois saí do avião, pisando no chão quente do aeroporto de Foz do Iguaçú, cabeça ereta, sapato na mão.
Que jeito?
Fazer de conta que nada estava acontecendo, e andar depressa para o saguão, onde o chão era geladinho e eu poderia pegar a mala da esteira, e tirar outro calçado. Maledeto sapatinho.

O engraçado é que eu tinha há tempos um sonho recorrente, de estar em pleno centro de São Paulo, andando descalça.
Anos após, quando o sonho recorrente já não me incomodava mais, não é que aconteceu?
Hoje, não passo apertos. Aceito a situação e faço o meu melhor.
O meu melhor dessa vez, foi levantar a cabeça, com os sapatos na mão, e sair andando, como se nada estivesse acontecendo.
Sabem que achei legal?