Guardadores e flanelinhas.

Durante 5 segundas-feiras seguidas, Cema e eu temos um compromisso. E religiosamente vamos as 18:30. É no bairro mesmo, mas vou te contar... até nos bairros já chegaram os flanelinhas e guardadores, os donos da rua.
Na primeira segunda-feira, dei uma de "migué" e fui bem longe. Tudo bem. Na segunda semana, o cara me abordou e indicou um lugar para eu estacionar, meio que me "mandando" mesmo. Me recusei, era guia rebaixada, mas diante da insistência dele, que usava jaleco de segurança e tudo, dizendo "Essa é minha área, fique tranquila que daqui não sai carro". Me senti tão ameaçada que topei estacionar.
Na saída, uma hora e meia depois, ele me acompanhou até o carro (eu já com um real na mão) e vejo um papel na janela do motorista: R$5,00. Nossa, fiquei muito puta. Imagine pagar 5 reais pra estacionar na rua. Peguei mais um real e dei pra ele dois reais. Ele não reclamou. Disse boa noite e pronto.
Segunda passada, lá estávamos nós as 18:30. Paramos mais longe por falta de vaga, o guardador era outro. "Sinta-se em casa", disse ele. Imagine. Manobrei e estacionei no local indicado por ele, dessa vez, não em guia rebaixada.
Na saída, lá vou eu com um real na mão para o guardador. De novo, o papel na janela: R$5,00.
Ele pegou o dinheiro, deu uma olhada, eu já ia entrando no carro, ele voltou e me disse, devolvendo o dinheiro:
-Não quero isso. Não precisa. Quando você tiver mais, você me dá. Eu tenho que dividir com os outros, e eles não vão aceitar. (cara bem feia)
Não me fiz de rogada, peguei o dinheiro e só disse: "tá bom".
E agora fico pensando: tem cabimento taxar para se estacionar na rua? Como será segunda que vem? Se ele reconhecer o carro, pode até me prejudicar. Não aceito esse tipo de coisa, e o primeiro guardador ainda me disse com todas as letras: "essa área é minha".
Pode uma coisa dessas? Uma cooperativa, certamente.
Que faço eu? Danço conforme a música ou me rebelo? Tô revoltada.