Um dia após o Natal
Quarta-feira tive uma experiência horrível.
Meu irmão sofreu um pequeno acidente doméstico e estava sangrando muito (tendência de quem toma anticoagulante). Quem toma essa droga, tem que correr em caso de sangramento.
Ele me ligou as 21 horas e eu fui pra lá.
No caminho, parei num farol, na faixa da esquerda. Um carro na faixa do meio e outro na faixa direita.
Como mágica, aparece na frente do meu carro, apontando uma arma pra mim, um bandido. Aos gritos. Não, não sei o que ele gritava. Só sei que a arma me pareceu gigante e brilhava.
Em questão de segundos, ou décimos de segundos, não sei... ele estava do lado da minha porta, tentando abrir e apontando a arma pra mim.
Não sei o que me deu. Numa situação dessas, eu teria (acho) descido do carro e ele que fizesse o que quisesse. Mas não foi o que fiz. Talvez por estar indo acudir meu irmão, a marcha estava engatada, pisei firme no acelerador e fui embora.
Saí com tudo e esperei o tiro. Não houve tiro. Meu Deus, que susto. Demorei pra me dar conta do que tinha acontecido. Quando cheguei na avenida Goiás (o bandido me pegou na Almirante Delamare) fui obrigada a parar no primeiro farol, lugar movimentado... e os dois carros que estavam do meu lado na hora do "assalto", pararam e vieram falar comigo, se eu estava bem, e aquelas coisas que a gente fala por solidariedade.
Percebi então, que dos três carros que estavam parados naquele farol, na hora do bandido, só eu estava sozinha e era mulher. Os outros dois tinha mais gente e em ambos eram homens na direção.
Taí. Não dá pra sair de casa de noite sozinha MESMO.
Imagine o medo que senti ao voltar pra casa depois do meu irmão estar bem?
Meu Deus... Minha Nossa Senhora...
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