25 março 2005

A "saia" justa

-Oi, e aí? Falou com meu tio?
-Falei.
-E ele?
-Não topou.
-Por que?
-Ah, disse que não tá afim de sair de casa.
-Insista, por favor. Pela minha mãe. Já comprei o bacalhau.
-Já insisti, não adianta. Ele não quer ir mesmo. Você sabe como é o seu tio.
-Puxa, que chato. (...longo silêncio)
-Bom, e se eu e minha mãe formos almoçar na sua casa?
(eu não acredito que ela fez isso comigo. Eu não acredito que ele fez isso comigo.
-Bom... desculpe a franqueza, mas acho que não vai dar certo.
-Pôxa, mas eu levo o almoço, eu levo o bacalhau.
-Cê não tá entendendo. Comida é o de menos. Quem cozinha pra cinco, cozinha pra sete.
-Então o que é? Posso almoçar na sua casa na sexta-feira Santa ou não?
-Desculpe novamente, mas não vai dar. Vai ficar pior a emenda que o soneto. Seu tio não quer companhia, acho. (que dificuldade, meu Deus. Como explicar?)
-Eu não acredito.
-Espera, vou passar o telefone e você fala com ele.
-Não, não, não. Acho que você tem razão. Se ele não quer vir aqui, também não devemos ir aí.
-Sinto muito.
-Ah, eu entendo. Sei como ele é.
(...final do telefonema)

Se sabe como é, por que me deixar nessa saia justa?
Ora! Família! GRRRRRRRRRRR

1 Comments:

At 28/3/05 09:23, Anonymous Anônimo said...

hehehehe, acho que suas histórias poderiam fazer parte daquele quadro do "fantástico". como é o nome mesmo? acho que é "retrato falado". rsrsrsrs

 

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