Os domingos deveriam ser amarelos como o sol.
O domingo amanheceu triste, concentrando um misto de emoções confusas.
Seu coração triste como o domingo, emaranhado nas angústias da vida, procurava em todas as coisas, pequenas e grandes, motivos para alegrar-se.
Tentou nas plantas.
Tentou no céu que prenunciava chuva.
Tentou na chuva, cujo sentido é vida.
Tentou nos animais domésticos. Até eles pareciam apáticos e tristes.
Tentou no sorriso de criança, não encontrou nenhuma.
Tentou no corpo, dádiva de Deus. Estava perdido.
Teria tentado no mar, mas não havia mar.
Teria tentado no campo, mas o campo estava distante.
O óbvio, já tinha tentado e o resultado foi frustrante.
Tentou nas pessoas mais próximas.
Encontrou intolerância em algumas, medo em outras.
Encontrou arrogância, má vontade, descaso.
Encontrou gente fechada em seus próprios mundinhos egoístas.
Decepcionou-se com todas.
Talvez não tenha procurado a alegria nas pessoas certas.
Mas as que tinha no momento eram essas.
Genta amarga, má, cruel, donas da verdade.
Teve vontade de recolher-se também ao seu mundinho.
Pensar apenas em si e esquecer o resto, esquecer o domingo.
Esquecer o final de semana que lhe fazia tão mal.
Mas ainda faltavam horas para acabar.
Por quantas teria que passar até o final do domingo?
Que Deus se apiedasse e que não desse um castigo maior.
Não suportaria a dor.
Por um instante teve medo. E se Deus se revoltasse com suas reclamações?
E se ele lhe reservasse algo muito mais grave do que já acontecera até então?
Aí ela ouviria das mesmas pessoas arrogantes, egoístas, fechadas em seus mundos:
-Tá vendo? Reclama de barriga cheia. ISSO sim é que é problema. Se vira!
3 Comments:
Oi!!
Grato pela visita! Espero que tenha gostado!!
Marteiga
Oi!!
Grato pela visita! Espero que tenha gostado!!
Marteiga
Tão bom ver você postando de novo!
é isso aí minha amiga, vamos distrair nossa cabecinha.
Beijos
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