Só comigo, mesmo.

Hoje eu tive sessão de acupuntura as 17:30. Imagine que horário, mas enfim. Cheguei relativamente cedo, estacionei na porta, coisa rara. Estava senta tranquila esperando o doutorzinho chegar, tomando meu chazinho de camomila, quando entra uma senhorinha japa, toda magrinha e manquitolando. Ouvi a recepcionista, que conhece todo mundo pelo nome, dizer:
-Boa tarde, dona Dirce. Tudo bem?
-Tô fudida.
Claro que eu me recusei a acreditar no que tinha ouvido. Eu me enganei, não é possível. Ela deve ter dito algo parecido com "tô fudida". Eu não ouvi isso nesse lugar zen, com musiquinha, laguinho de carpas, pedras e tudo o mais.
Fiquei quietinha e logo a senhorinha japinha veio sentar-se ao meu lado. Quando me dei conta, ela dizia para uma outra senhora que estava muito quietinha lendo:
-Eu carreguei livros de uma sala para a outra, bem que o doutor avisou que não podia abusar. Resultado: tô fudida!
Não aguentei e caí na gargalhada. Ela falou, sim. Eu ouvi direito, sim.
Depois da sessão a moça da recepção me falou que ela fala mesmo, além desse, muitos outros palavrões, que ela é totalmente desbocada.
Nada contra, apenas que não combinava com o local e muito menos com a senhorinha.

**justo hoje, que comentávamos, C.V.R. e eu sobre os idosos, suas vagas privilegiadas nos estacionamentos, suas filas especiais, seus assentos no avião, etc...