02 abril 2008

Subir a Montanha

Diz-me o que vês do cimo dessa montanha.
Agora que aí estas diz-me o que vês.
A tua vida?
As luzes da cidade?
A floresta?
Tinhas medo das alturas
Eu tenho medo dos obstaculos
Parei no lago e mergulhei. Tinha medo de sentir, mas sobrevivi.
Olha em frente. Vê de cima. Vê o que viveste. Sente o que sentiste. Usa o que aprendeste para uma nova experiência.
De cima da montanha a vida parece tão...cheia. E ao mesmo tempo tão vazia de tudo. Parece que foi vivida tão intensamente e no entanto tão de leve. Sem tocar no chão.
É a magia da montanha. Olhas em volta, abres os braços, respiras fundo e a vida fica para trás. Ficou. O agora, o arrependimento é só pelo que podias ter feito e não fizeste. Pelas emoções não vividas, pelo sentir reprimido pela sociedade castradora. Todos vamos subir essa montanha um dia. Sem exceção. É a unica certeza que temos. Por isso peço-te; diz-me o que vês e o que sentes aí de cima, antes de te atirares no vazio.
De que mais tens saudades? O que ainda te causa lagrimas ao recordar?
Quero ter saudades de tudo quando um dia aí subir.
Sabes, eu já tentei subir essa montanha. Se tivesse conseguido de nada sentiria falta. Penso que foi por isso que não consegui. Devemos, talvez, sentir saudade. Saudade é o sentimento de dever cumprido com sucesso. Aquilo que devia ter sido e foi. O doce sabor do que foi bom e valeu a pena, do que deu frutos. Ainda não tenho muitos desses sentimentos nobres. Ainda me falta mais. Sinto que falta. Mas falta-me a força. Também eu queria subir essa montanha.
Mas parece que a minha missão ainda vai a meio.
Um dia vou olhar aí de cima ca para baixo com amor e saudade pelo que aprendi e dei a aprender.
Não tenho medo. Tenho esperança.

Desconheço a autoria, mas me identifico com o texto, principalmente na atual situação em que me encontro.