28 novembro 2011

Mão de mãe

Um dia eu fui para o Rio Grande do Sul com duas amigas solteiras e sem filhos e nos hospedamos na casa de uma gaúcha.
Ela nos recebeu muito bem, e fomos passar um dia na chácara dos seus pais.
Lá, a mãe dela, entre tantas delícias nos fez pão fresquinho.
Ao sair o pão do forno de lenha, minha amiga gaúcha tentou tirar da fôrma e cortar. Mas estava tão quente, tão quente, que ela não conseguiu e passou a bola pra mim.
-Corta, Marieta.
-Por que eu?
-Porque mão de mãe não queima.

Quem disse que mão de mãe não queima?
Mão de mãe queima, sim. Isso é lenda urbana, ditado antigo, coisa ultrapassada.
Mão de mãe queima, mãe sente frio e calor, mãe se alegra e se entristece, mãe sente dor, mãe faz sexo, mãe gosta de carinho, como qualquer outro ser.
Podemos até ser especiais em algumas coisas, por exemplo, no nosso exagerado e sufocante amor. Na nossa exacerbada proteção.
Mas somos humanas e normais como qualquer ser.
Portanto, antes de tentar machucar uma mulher e pensar que mãe tudo aguenta, ouça o que eu digo: Não é assim. Mãe pode até aguentar tudo, mas tenha certeza de que ela sente.
E como sente!

Um beijo a todas as mães.