13 janeiro 2006

Eu proíbo

EU PROÍBO
Mariazinha Cremasco
Os toques de telefone avisando a hora de ir ao jardim observar a lua e as estrelas, que só eu posso entender.
Os delicados sopros no rosto, que simbolizam os beijos que não podemos trocar.
Os olhares que me lanças quando rodeados por pessoas comuns.
Teus olhos fixos nos meus seios e colo, para elogiá-los nas raras e rápidas vezes em que nos encontramos a sós.
Que me digas para caminhar no parque, olhar os pássaros, o vôo das borboletas, as flores e os tons de verde das folhas, enquanto penso em ti.
Que me aconselhes a ter tranqüilidade e serenidade, justamente quando tu mesmo me tiras tudo isso.
Que me peças para não chorar.Que leias o que escrevo. Que insinues para que escreva sobre ti. Que me perguntes qual é o mote.
Que me contes o filme assistido e me perguntes que filmes eu vi.
Que me digas como foi teu final de semana e me indagues sobre o meu.
Que te preocupes comigo (não creio nessa tua preocupação).
Que mintas dizendo que terça nos veremos, passaremos vinte e quatro horas juntos. Porque na terça não me ligarás. (lembra-te da raposa do Pequeno Príncipe?)
Que tentes me fazer feliz.
Eu proíbo ainda que faças as costumeiras ligações pela manhã, que me alegram o dia. A alegria é falsa e dura pouco. Permanece até eu perceber que jamais virás inteiro para mim. Que não estás pronto e talvez nunca fiques.
Eu te proíbo de me telefonar. E eu me proíbo de te amar.

1 Comments:

At 16/1/06 16:23, Anonymous Anônimo said...

ai ai ai. Perdi o ar...
snif. Bua.
Paola

 

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