04 janeiro 2009

A casa

Como na canção do Poetinha, a casa era engraçada.
Mas tinha teto, tinha tudo.
Nas paredes era possível sentir e até ver, resquícios de alegria.
No teto, às vezes, podia se notar alguma dor.
Todos podiam entrar nela, pois a casa tinha o principal: acolhimento.
Rede não tinha, mas tinha cama cheirosa e limpinha.
Os quadros da parede denunciavam o gosto do dono.
Relógios também. Era o Senhor das Horas.
Naquela casa, tudo se usava. Tinha cheiro e cor de casa habitada.
As boas lembranças, guardava na mente.
As más, tentava esquecer.
E foi na "casa" que ele foi feliz, encantado, desesperado às vezes.
Foi mais alegre do que triste.
Na casa cantou, dançou e amou. Ah, como amou!
As plantas sentem sua ausência, a correspondência se acumula debaixo da porta.
O homem das horas se foi.
Ainda bem que ele não tinha animaizinhos de estimação.

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3 Comments:

At 4/1/09 16:05, Blogger Vera Vilela said...

Ué... quem?

 
At 4/1/09 23:42, Anonymous Anônimo said...

Licença poética, benhê...
ficção...

 
At 27/1/09 13:03, Anonymous Anônimo said...

Belo texto! Gostei muito... até imprimi e enviei pro meu e-mail particular!!!
Bjssssss

 

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