31 março 2005

Susto!


Tenho andado cansada demais.
Preciso ver o que é isso.
Ontem levei um susto tão grande quando o Caio chegou em casa (meia noite e vinte), que me deu dor no peito e está doendo até agora.
Estou com medo dessa dor chata. (cagaço, como diria minha avó)
Fui abrir os portões, para trocar a posição dos carros, uma vez que quartas ele tem rodízio e sai cedinho com meu carro.
Pois bem.
Com todo o medo que tenho, não sei o que me deu. Desliguei totalmente e saí pra fora de casa toda lépida, como se fosse dez horas da manhã.
Aparece na minha frente um cara alto, forte, careca, feio, de macacão cor de laranja, sem camiseta por baixo, braços enormes de fora. Estranhíssimo.
Dei um pulo e não contive um:
-Ai, que susto!
-Susto por que, moça? De mim? De nós?
Foi aí que percebi que do lado dele havia uma moça e uma criança.
Eles estavam entregando panfletinhos de pizzaria.
-Não, não estou com medo do senhor. É que, sabe como é, é tão tarde... (eu com o c.. na mão), meu filho está chegando...
(e o Caio que tinha ligado avisando estar pertinho, não aparecia)
-Fique tranquila, moça. Essa é a hora que nos resta para fazer panfletagem.
-Ah, tudo bem. Desculpe.
-Não, a senhora tem razão. Hoje em dia não se está seguro em parte alguma.
A mulher e a criança, colocando os panfletinhos da pizzaria nos portões vizinhos.
-Ah, meu filho chegou.
-Que bom, moça (ainda me chamava de moça). Deus a abençõe.
-Amém. Desculpe ter me assustado com você?
E ele nem ouviu, saiu parecendo alegre e em menos de um minuto estava no fim da rua.
Caio chegou, olhou com ares de "o que tá acontecendo aqui", mas ficou aliviado ao ver que não era nada demais. Ele também já passou alguns apertos.
Entramos,e eu comecei a falar como uma matraca (que novidade) até o Caio me pegar nos ombros e dizer:
-Ô! Psiu! Pára, mãe. Calma. Tome uma água. Você está elétrica. Relaxe.
É isso aí. Essa sou eu.
Fiquei assustada.
Depois fiquei com remorso por estar assustada.
Depois ainda pensei no homem que fazia aquele trabalho com a família, àquela hora da noite.
Ele parecia feliz.
E eu, com medo dele. Que horrível. Me senti péssima.
Eu sou assim. Na hora, não me contenho. Mas depois, fico MUITAS horas pensando no acontecido.
E minha imaginação vai, vai, vai...
E a dor no peito, continua.

1 Comments:

At 25/4/07 15:25, Anonymous Anônimo said...

This is very interesting site... »

 

Postar um comentário

<< Home