Cabeleireira

Fui logo cedo cortar os cabelos, em plena segunda-feira.
Não liguei nem marquei hora.
Simplesmente cheguei.
Ninguém. A seguir o diálogo com a moça: (salão que frequento há 6 anos)

-Você não tem hora marcada, Marieta!
-É. Não tenho. Você está ocupada?
-Não, mas tenho um horário marcado para as 11 horas (eram 10:30)
-Então... vou só cortar.
-Ah, mas se ela chegar, paro o seu corte e pego o dela, pois ela "trabalha".

Pensei com meus botões: Ela trabalha, e eu toco viola? Cáspita, que mania.

-Tá bom. Pode começar.
-Sabe, sou uma profissional. Trabalho com hora marcada!

(todas as vezes em que lá fui com hora marcada, ela nunca me atendeu no horário, então vou quando me dá na telha e sempre dá certo)

-Tá. Vai cortar ou não?
-Vou... (cara feia)

Lavou, cortou, perguntou se eu queria fazer escova, eu respondi que não, para não atrapalhar o horário das onze.

-Então vou dar uma secadinha.

A "secadinha" se transformou numa bela escova.
Onze e trinta, eu pronta, cabelo ótimo, e nada da moça das onze chegar.

-Quanto é, Luci?
-Dez reais.
-Só?

-É... não fiz escova e hoje é segunda-feira. Eu fico grata com quem vem de segunda, pois às sextas e sábados, isso aqui é coisa de louco. Então às segundas cobro menos.
Queria então entender, a razão de tanto mau humor.
Bem, saí no lucro.
O cabelo ficou ótimo, a escova (que ela diz ser uma secadinha) está ótima, e gastei quase nada.
Problema dela, né?
Bom, no final das contas, entendo. Luci é rabugenta, mas é ótima pessoa.
Por isso, continuo indo lá.
hohoho.