18 abril 2008

São tantas emoções...

Como já disse, li que Roberto Carlos entra pontualmente com uma hora atraso. Infelizmente pude comprovar o fato. Porém entra arrasando com "Emoções", claro, e em seguida com "Detalhes" e "Outra vez". Não me conformo dele não ter cantado "Desabafo" e "Fera Ferida", mas perdoo porque felizmente ele cantou "Cavalgada" divinamente.
Depois ele faz pequenos trechos de fases da Jovem Guarda, sucessos antigos, gostosinhos e só.
Na hora de "O Calhambeque" um carro azul aparece no palco (e é esse o maior efeito especial, por assim dizer)
Depois cantou alguns sucessos da fase rei do motel, como por exemplo "Os seus botões" (faltou "Café da manhã") E quando ele canta "Como é Grande o Meu Amor por Você" o público delira e canta junto. Lindo de ver.
Muitos dizem que a média de idade do público é alta, mas eu não vi tanto assim, não. Havia público de todas as faixas etárias e níveis. Inclusive jovens. Muitos.
Infelizmente, chega uma hora que Roberto Carlos tem de homenagear Maria Rita. E ele canta. E eu fico pensando que ele poderia cantar outras canções muito mais legais de outras fases de sua carreira. Mas quem sou eu, senão mera súdita do rei?
Com o fim das homenagens a Maria Rita o espetáculo ganha fôlego outra vez. E ele faz alguns comentários sobre o TOC e canta Negro Gato (poderia passar batido) e o "É preciso saber viver", ele já fala a palavra mal. Mas diz que se recusa ainda a cantar "Quero que vá tudo pro...". Ele é mesmo muito fofo.
Quando Roberto começa a cantar Jesus Cristo todo mundo está de pé e a mulherada já se acotovela para pegar as rosas que o Rei beija e distribui. É como se fosse um código.
Novamente, para quem nunca foi a um show do Roberto Carlos, há uma sensacional surpresa. O Rei não dá nenhum bis.
O motivo é simples. Enquanto a banda segue tocando Jesus Cristo, Roberto atende aos fãs. Recebe faixas, caixas de bombons, bichos de pelucia e distribui rosas vermelhas e brancas para quem quiser e conseguir pegar. Depois de inacreditáveis 15 minutos de Jesus Cristo, o Rei abana para o público e sai de cena.
A banda não erra um único acorde. Aliás, isto não é nada difícil quando se tocam as mesmas músicas por 40 anos. Não há dúvida de que a maior parte do espetáculo é impecável. Contudo, não se pode negar que o Rei fez uma seleção razoável de seu extenso repertório. Até por que ignorou as trágicas músicas das gordinhas e da mulher de óculos, mas lembrou da mulher de 40 e das baixinhas... hahaha. Lembrou também, infelizmente, de colocar música do taxista e do caminhoneiro. Fazer o que? Rei é rei. Rei manda.
E cá pra nós... ele tem um charme enorme, canta lindamente e a gente sai de lá meio que mais leve. Ô coisa boa.
Depois de um show como esse, só um hamburguer no Burdog, que São Paulo não pára. Cheguei em casa as 3 da manhã. São as delícias e os prós de viver em São Paulo.