Eu não nasci de óculos - Epílogo

Segunda-feira de manhã, a primeira coisa que fiz foi ligar pro oftalmo. A secretária me informou que ele atende apenas às terças e quartas e que na terça não tinha horário. Expliquei o fato e ela disse que às vezes o médico pode errar. Que seria aconselhável eu marcar um horário para que O. fosse examinado novamente, além de conferir as lentes.
Marquei para quarta, as 13 horas.
Num impulso, liguei pra Ana e expliquei o caso.
Ela se manteve pensativa por bons segundos ao telefone. Ela, que nunca fica quieta, ficou um tempo bem quietinha e ponderando.
-Mariazinha, você pode trazer os óculos aqui? Acho que já sei o que aconteceu!

E sabia mesmo. O médico receitou óculos para perto e que O.não quis substituir por novos, pois já os tem e receitou também óculos para longe. Batata! Ela mandou fazer as lentes da receita para perto e não para longe. Colocou na máquina, levou pro Dr. (da ótica) verificar e era isso mesmo.
Hoje fui buscar os novos óculos "corrigidos" de O.

Gente... o home tá uma águia.
Vocês não imaginam a euforia dele. Ele "vestiu" os óculos tão sem ânimo, mas ele se sentiu tão bem, que foi ficando mais e mais alegrinho.
Viu todos os detalhes na telinha, detalhes que segundo ele, há tempos não via.
Está super feliz, o meu O.
Agora eu pergunto: quem aguenta ele enxergando? Se sem enxergar de longe, ele via tudo, imagine agora?
Estamos todos ferrados. O olho que tudo vê, verá mais ainda.

Isso tudo me lembrou de um livro que eu li e jamais esqueci, na minha adolescência. "A luneta mágica" de Joaquim Manoel de Macedo. Boa pedida. Vou reler.