30 janeiro 2011

Coisas da vida.

Dois irmãos Beraldo: B. e C., (por acaso meus filhos, he!) estarão em Santa Catarina amanhã. Coincidentemente, os dois vão fazer algo para uma mesma empresa, que não devo dizer o nome, por razões éticas. Um fará uma visita ao cliente, seria uma visita cortês digamos assim, para resolver coisas e o outro pra AUDITAR. Imaginem. Já descobriram que a pessoa com que vão tratar é a mesma. Patz... e o O. esteve na mesma empresa semana passada. Ou seja: três Beraldos, com profissões diferentes na mesma empresa, fazendo coisas absolutamente contrárias. É a vida, né? Os dois que vão amanhã, que se virem nos 30. Beraldo pai já voltou.
Bah!

Mãe, pai e eu, num dia feliz.

Eu não me canso de olhar as fotos dos meus pais. São muitas. Não há uma sequer que eu olhe para o meu pai e lembre de algo triste. Toda vez que vejo uma foto dele, sempre tem atrás da foto, uma história engraçada ou feliz.
Meu pai fazia a vida feliz. Era otimista, alegre, brincalhão. Herdei uma parte disso, dele. Mas acredito eu, que apenas 10%. Não existirá alguém como o meu pai. Que saudades, meu amor.
.
*herdei as linhas na testa, herdei os rodelões sob os olhos, herdei 10% do otimismo e da alegria dele. Os olhos azuis eram só dele. Nenhum de nós herdou. Olhos azuis, lindos e francos.

Ontem, 29 de janeiro.

Fizemos 35 anos de casados. Antes que façam as contas, eu conto: casei com dez anos e ele 17. quá!

28 janeiro 2011

Comovente

Gente, chegou a ser comovente o que a Clarinha fez quando o O. chegou. Eu já tinha dito pra ele no telefone, que ela estava meio doentinha, sentindo demais a falta dele. Ela, principalmente de noite, mia pela casa à procura do papai. Ele ficou meio assim, e quando chegou hoje, por volta de meio dia e meia, já entrou chamando a menina. Clarinha! Clarinha!
Ela apareceu correndo, nem sei de onde veio e começou a miar fininho e a "fazer o oito" nas pernas dele.
Foi a coisa mais linda de se ver. Que graça. Ela ama o O.
À tardinha, ele foi se deitar um pouco, imagine... ela foi atrás, e parecia toda orgulhosa do pai estar de volta.
Bichos? Bichos somos nós. Eles são anjos.

27 janeiro 2011

hoje, 27 de janeiro

Hoje fiquei o dia inteiro em casa sozinha. A única companhia foram as minhas gatas.
Pensei, repensei, fui pra piscina, tomei sol, entrei, tomei banho, comi, cuidei das gatas, vi um filme, deitei, levantei, usei o micro, abri o FB trezenas de vezes, tentei escrever no blog, tentei falar com meus filhos, só consegui falar com o marido. Todos fora.
Amanhã, todos dentro. Inchalá!
Fiquei com saudades deles pequenos, fiquei com saudades de mim. Fiquei com saudades da Mariazinha de outrora. "Ela" jamais ficaria em casa num dia lindo como o de hoje. Mas ando gostando demais de ficar em casa quieta. Pero não tão quieta quanto hoje. Telefone? Só falei com minha mãe. (fora uma chata que me ligou de um tal "lar de Maria")
Quis fazer tanta coisa, rodei, virei, e nada fiz.
Uma arrumadinha aqui, outra ali, só disfarçando pra não sentir o dia tão inútil.
Mas foi um dia de paz. Eram quase 19 horas quando lembrei que não tinha jornal. Abri a porta e lá estava ele, jogado no lugar de sempre.
Se O. estivesse em casa, jamais o jornal ficaria lá. É a primeira coisa que ele faz de manhã. Mal de quem acorda cedo. Se não tem O. e se não é dia de Maria, o jornal jaz no quintal. (uia, gostei do jaz)
Então, agora estou aqui, esperando alguma coisa acontecer. Mas não quero que aconteça, capice? Enfim, o que tiver que ser será. E eu vou parar, porque percebo que estou escrevendo muita abobrinha.
Né?

25 janeiro 2011

Eu, comigo

Comigo me desavim,
Fui posto em grande perigo:
Não posso viver comigo,
Não posso fugir de mim.

Sá de Miranda

♂ Love ♀

♂ Love ♀

Há pessoas de nervos de aço
Sem sangue nas veias e sem coração
Mas não sei se passando o que eu passo
Talvez não lhes venha qualquer reação
Eu não sei se o que trago no peito
É ciúme, despeito, amizade ou horror(...)
Lupicínio Rodrigues

24 janeiro 2011

Para a mesa e para a cama, só uma vez se chama.

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O pulo do Gato






Peguei o Mão de Onze no pulo. Ele "subindo" no ar, e detalhes da foto. Quintal-favela

Aniversário de casamento

Hoje meus pais fariam 58 anos de casados. A essa altura ela já teria recebido flores, ele já teria oferecido música na rádio* pra ela, talvez até quem sabe, colocado anúncio no jornalzinho do bairro. Porque meu pai... meu pai era o mais gentil dos maridos. Meu pai tinha pela minha mãe um amor e uma ternura imensos.
Hoje minha mãe está particularmente triste. Mais triste ainda. É como diz a doutora Noêmia. Luto. O luto dura um ano, todas as datas, todas as coisas importantes, todos os dias especiais. E hoje é um dia especial. Teríamos feito um churrasco ontem (e quem estivesse na praia que voltasse), hoje iríamos almoçar fora os quatro: pai, mãe, meu irmão e eu. Íamos sempre almoçar perto do trabalho do meu mano pra que ele pudesse comemorar conosco.
Ai, pai... que falta me faz. Que saudades nos traz.
Pai, onde você estiver, saiba que eu sempre vou te amar. E a sua "eterna namorada" também.

*ele ainda ligava pra rádio e oferecia músicas pra eterna namorada, ele ainda mandava flores. Um gentleman, um cavelheiro, um HOMEM com agá. Um homem que nunca teve vergonha ou medo de dizer: te amo

E mais:

Esse BBB tá uma m...

Dormir

Agora vou dormir. Estou calma. Mas estressadíssima. É complicado a gente se conter de um medo, ainda que seja um medo sem fundamento. O meu tem fundamento. Tenho medo das águas, tenho sim. Estou estressadérrima.

Domingo e chuva

Fui ao shopping Bourbon pra assistir "Biutiful", claro que estavam esgotados os ingressos, uma hora e quarenta antes da sessão. Resignei-me e fui assistir "O turista". Fraco, fraquinho. Mas bonitinho e valeu pela cia e pela passadinha básica no outback. Né, Cema?

Na volta, uma chuva imensa, sem tamanho. O que eu mais temia aconteceu bem na saída do shopping.

Francisco Matarazzo alagada + o meu pânico das águas de janeiro e março, entrei no West Plaza que é praticamente do lado do Bourbom*. Medo. Muito medo. Voltei pra casa as 23 horas, e ainda em pânico, coração na boca. Mudei o trajeto, subi a Av. Antártica, peguei a dr. Arnaldo, Av. Paulista e aqui cheguei a-pa-vo-ra-da. Choveu tanto, que alagou a minha área de serviço, que não é pequena. Molhou a comida dos bebês, e a caixinha de areia.

Não adianta. Boa romaria faz quem em sua casa fica em paz. Por melhor que tenha sido a tarde, o cineminha a companhia e a comidinha, não vale a pena o sofrimento do medo das enchentes. E olha que já saí de casa com medo, e a chuva só veio quando saí do shopping. Sorry, Cema. Mas você me conhece. Meu pânico é real.

Juro, só saio de casa nesses meses de chuvas se for estritamente necessário. E eu que sempre falei que ODIAVA ir ao cinema aos domingos, acabei indo. Mas cá estou, sã e salva. Sobrevivi ao medo e às águas.

*E mais: pagar estacionamento de dois shoppings, meo bem...

Prova do "crime"

Nós três no clima do Outback
Leke o tamanho do copinho da Cema

Gabi, minha linda afilhada.



22 janeiro 2011


Não é proibido ficar triste, chorar, odiar, praguejar.

Nem ficar alegre com suas azuis consequências.

Enfim, não é proibido ser humano.

Sylvia Manzano

Leminski, claro!

que tudo se foda,
disse ela,
e se fodeu toda

F. e os pinguins - Ushuaia.

Claro, lógico e evidente, que F. não está na foto, ele odeeeeia. mas vejam que foto maravilhosa. Ele disse que ficavam tão perto a ponto de poder tocá-los. Mas como bom biólogo e como gente que ama e respeita natureza e bichos, não tocou. Vontade de pegar, alisar, aconchegar, mas cada um no seu quadrado. Certíssimo. Afinal, turismo ecológico.

20 janeiro 2011

Submissão

Obediência

"Obedecer é difícil por isso faço
Obedecer machuca e não dói na pele
Que importa a dor do corpo? Isso é fácil!
Conter o desejo, dobrar a vontade a vontade do Amado,
Isso dói, pega no fundo, curte o desejo, fortalece a vontade
Dá ao corpo a sensação de profunda capacidade,
Disciplina do ego.
O maior poder da vontade é anular-se.
Obedecer é força.
Obedecer é duro, por isso eu faço.”

Patrícia Clemente

19 janeiro 2011

Ma come baila bella bimba





Letícia, a Ballerina

O segredo dos orientais

1- Comer a metade.
2- Andar o dobro.
3- E rir o triplo.

Tô bem na fita, eu.
Como o dobro.
Ando a metade
Rio o triplo.*

Pelo menos rir, eu faço direito.
Pode estar tudo f... mas eu rio, e rio mesmo.
Acho que até mais que o triplo

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Ainda mainha

Hoje a minha linda dona Linda, veio almoçar aqui em casa, pra esperar o F. que deveria chegar em Guarulhos por volta de 10:30.
Ele chegou na hora, sim, mas houve um contratempo incrível. Fiquei muito chateada. Ele e seus dois amigos foram para o aeroporto de carro, e deixaram o carro num estacionamento não oficial de Cumbica, que fica pertinho e custa menos caro. (besteira dizer que custa mais barato. É só menos caro mesmo).
O dono do carro, recebeu uma ligação do estacionamento dizendo que seu carro tinha sido inundado pela chuva.
Meu Deus. Eles deixaram o carro no estacionamento na segunda-feira à noite e viajaram. Voltaram hoje e o carro deu perda total. Sabe quando choveu de acabar com o carro e mais outros 400 lá estacionados? Segunda-feira passada. O estrago aconteceu no mesmo dia*
Bem, não sei direito o que vai acontecer, mas estamos todos muito chateados, afinal, Marcão é amigo e dos bons.
Ficaram atrás de guincho, seguro, etc, e F. só chegou em casa as 17 horas. Cansadíssimo e aborrecidíssimo com o desastre.

*Isso não teria acontecido se a cia aérea não adiantasse o vôo em cima da hora. Cancelaram o vôo da terça e colocaram os três num vôo de segunda à noite. Nem sei o que dizer.

**Resultado: minha mãe não viu o F. Levei-a embora, pq como eu, ela tem pavor das chuvas de janeiro.

***Logo cedo, bati um papo com a Vera e falávamos disso: a natureza está reclamando.

17 janeiro 2011

Meus bens

O. tá em Blumenau
F. mais longe ainda, Ushuaia.
B. voltou pra sua vidinha em Camps.
C. já dorme.
Meus gatos todos dormindo e calmos. Frida aqui, do meu ladinho, ressonando.

Silêncio

Há um grande silêncio na casa. Ouço apenas o vrum vrum do ventilador e penso, penso, penso.
Queria esse silêncio dentro de mim.

PRAIA

Esse ano ainda não fui para a praia. Mas ainda quero ir. Quero molhar meus pés, fazer uma caminhada e tã nã nã nã... visitar Lenir e Rachel. Adoro!

Uma coisa me incomoda: ela me "convida" para ir ao cemitério. Eu nunca disse não. Mas honestamente não gosto de ir. Faço por amor. E além do mais, eu pedi à ela, que peloamordedeus, não vá sozinha ao cemitério. É um lugar ermo, onde os assaltantes costumam agir. Não quero minha Lindinha sozinha lá. Por isso, vou sempre que ela me covoca. Mas é só sofrimento.

A Linda e eu

Temos feito muitas coisas juntas, hoje fizemos supermercado. Minha mãe se sente tão só, mas tão só, que embora não reclame, faz da ida ao supermercado uma festa.
Que linda, a minha Linda. Às vezes me flagro apressada, diante da "lerdeza" dela em escolher as coisas. Mas de repente, penso: "pressa de que?" E acabo fazendo os gostos da minha velhinha, tão querida e linda.
Mesmo que eu fique com ela 24 horas por dia, claro que não preencho o vazio e nem a saudade que ela sente. Mas eu tento. Ela tem sonhado com meu pai, 3 noites seguidas. Conta com alegria, e às vezes, chora. Como é forte a minha frágil mãezinha.
Linda, eu te amo

Clarice Lispector

"Gosto dos venenos os mais lentos
As bebidas as mais fortes!
Dos cafes mais amargos!
E os delirios mais loucos.
Voce pode ate me empurrar de um penhasco que eu vou dizer
-E daí
eu adoro voar!!!"

(Clarice Lispector)

15 janeiro 2011

Uma forcinha

Estou atualizando meus textos aqui:

http://letteridiangeli.blogspot.com/

Ana e Djó. Uma Alegria Para Sempre


Meninas, vocês fizeram do meu dia, um dia mais feliz. Obrigada pelo carinho, pela presença amiga.
*O colar que estou usando na foto é presente de Rondônia.
:o)

12 janeiro 2011

A prova!



Como a mamãe vai trabalhar assim, Isabel? Heim? E ainda fica nervosinha que estou tentando usar o micro.

Gata brasileira

Não resistiu aos ciúmes e veio xeretar. Flagrei Isabel já dando o fora. Que linda´é a minha neguinha no meu local de trabalho.
:o))

Belezuras



O coloridinho, espanhol, inspirado (com etiqueta e tudo) em Gaudi. O Cinza de Portugal, feito a mão. Reparem que coloquei o gato português de frente e de costas. Nas costas assinatura do artesão e o país de origem. Amei, amei, amei.
Foi o que mais gostei das coisas que ganhei. Depois mostro as demais peças.
*Os gatos já estão na cristaleira, onde está parte da minha coleção, por isso, o colorido dos outros gatos atrás e dos lados.
=^¨^=

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11 janeiro 2011

Amanhã

Prometo fotografar meus presentinhos europeus e colocar aqui.
Tudo tão bonito... especialmente os gatos pra coleção.
:o)

Mãe mãe

Ontem saí com a dona Linda. Fomos levar a Pituca pra retorno veterinário.* Ela está ótima, só não gosta de andar de carro e reclama o tempo todo.
Deixamos a Pituca em casa e fomos dar um rolê por São Caetano, enquanto não chegava a chuva.**
Entramos em várias lojas e dona Linda não encontrou o vestidinho procurado. Quando já tínhamos desistido e o céu estava pra lá de plúmbeo (adoro essa palavra), eis que o vestido aparece. Lindo, bom preço, perfeito. Ficou muito bem na dona Linda. É tão complicado comprar com a minha mãe... ela é muito insegura em relação ao que quer, ao que gosta. Mas saiu da loja toda feliz, pra hoje de manhã me ligar e dizer: "fia, vesti o vestido aqui em casa. Olhei no "meu" espelho e não gostei nadinha. Vamos trocar"?
Lá vamos nós na sexta, tentar encontrar outro modelito. Até sexta a loja deve reabastecer seu estoque e minha mãe há de achar um vestidinho com a cara dela.

Horas depois de ter chegado em casa, a esperada chuva chegou. E chegou feia, muito feia, fazendo muito estrago. Não só em São Paulo, mas em diversos estados.

*Começo a achar que os veterinários estão cada vez mais parecidos com os "médicos de gente". Eles não sabem de nada e nem estão interessados em saber. Desilusão.

**Parece que eu ia dizer: enquanto seu lobo não vem, hohoho

"Nada do que é humano me é estranho" disse o sábio Terêncio.

Não sei, não. Eu ainda estranho algumas coisas que o "ser" homem faz.
Existe o trouxa que conta as coisas e existe o "esperto" que todo prosa, posando fidelidade, assim como quem não quer nada, cheio de "boas" intenções, leva pra frente aquilo que o "trouxa" contou.
E o pior: acha que o trouxa nunca vai saber.
Pffffffffffff

O trouxa é tão estúpido quanto o esperto. Porque o trouxa é boca mole. E boca mole tem que se ferrar mesmo. Trouxa e estúpido estão na mesma panela.

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Filhos...

B. voltou à sua rotina em Campinas, F. foi pra Ushuaia, C. foi fazer um tour (trabalho) pro interior de São Paulo. Estamos apenas O. e eu em casa.
É bom mas é ruim. Ou é ruim, mas é bom.
Sei lá.

06 janeiro 2011

Por medo do desconhecido - trecho -

Então isso era a felicidade. De início se sentiu vazia. Depois os olhos ficaram úmidos: era felicidade, mas como sou mortal, como o amor pelo mundo me transcende.
O amor por essa vida mortal a assassinava docemente aos poucos. E o que é que se faz quando se fica feliz? Que faço da felicidade? Que faço dessa paz estranha e aguda que já está começando a me doer como uma angústia e como um grande silêncio?
A quem dou minha felicidade que já está começando a me rasgar um pouco e me assusta. Não, ela não queria ser feliz. Por medo de entrar num terreno desconhecido. Preferia a mediocridade de uma vida que ela conhecia.
Depois procurou rir para disfarçar a terrível e fatal escolha. E pensou com falso ar de brincadeira: "Ser feliz? Deus dá nozes a quem não tem dentes." Mas não conseguiu achar graça. Estava triste, pensativa.
Ia voltar para a morte diária.

Clarice Lispector.

Poetinha

Poética

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
Vinícius de Moraes

Tá vendo?

Não dá. Ainda não dá pra fazer posts engraçados, como eu gosto. Vem a tristeza. Por isso escrevo tão pouco no blog.

Meu Reveillon foi um fiasco, mas não fiquei infeliz. Fiquei sozinha, vendo Chiquinha Gonzaga. Lindinha foi dormir cedo, ela não aguenta. O. foi dormir as 23, os meninos foram pras festas de amigos, Bru estava na Europa, como contei.

Meus dias têm sido monótonos. Não tenho vontade de fazer nada. Faço tudo, mas sem vontade.
Penso na praia, me dá "gastura", penso em programas outros, me dá aflição. Quero ficar aqui e aqui não estou bem. Vai entender.

Não sei, há quem diga que o luto é assim mesmo. Pode ser.

Hoje, minha mãe está particularmente triste. Saquei (primeiro foi o Bruno a notar) a voz dela por telefone.
Me vesti e fui até lá. Chorosa, ela dizia que há exatos 4 meses, ela estava passeando com meu pai, fazendo compras de docinhos, andando de metrô. Pra falecer no dia seguinte.
Tentei não chorar, enquanto ela falava do quanto se sentia mal por não ter perguntado a ele, naquela hora final, o que ele sentia. Disse que ele pediu água, ela deu, e não fez perguntas. Aí, eu cheguei, ele entrou pra tomografia (fui até a porta com ele) e já não o vimos mais com vida.
E ela hoje está inconsolável, por não ter perguntado: -o que você tá sentindo, Mário?

Conversamos, choramos juntas e estamos seguindo em frente.

Os evangélicos dizem que não se deve rezar para os mortos. Que eles não precisam de oração.
Os católicos dizem que devemos, sim, orar por eles. E acreditar na vida eterna.
Já os espíritas dizem que chorar faz mal pra quem partiu. Atrapalha.
Não sou espírita, mas não quero perturbar a paz do meu pai. Eu rezo pra ele, sim. Ofereço Pai Nosso e Ave Maria, junto com meu amor e meu carinho. Digo pra ele que estou oferecendo o que tenho de melhor: minha oração e meu carinho.

Mais um ano.

Bruno e Lilian voltaram da Europa. Vou vê-los amanhã, morta de saudades.
Dona Linda vem almoçar conosco, vamos colocar os papos em dia.

03 janeiro 2011

Chove, chuva!

Chuva em São Paulo e pouco trânsito. Mesmo sendo a primeira semana do ano, é estranho. Raríssimo ver São Paulo vazia de carros.
Deu pra fazer coisinhas pendentes, fora o compromisso da derma.
De São Caetano pro Sacomã, do Sacomã pra região da Paulista (Estrela Dalva), da Paulista direto pro cabeleireiro.
Primeira semana do ano, há que se cuidar, não? Raízes, luzes, escova e... chuva.

Deixa chover
Ah! Ah! Aaaaaaah!
Deixa a chuva molhar
Dentro do peito
Tem um fogo ardendo
Que nunca vai se apagar...

Viva!

Viva os loucos que inventaram o amor.
Loucos são os que não amam, não têm amor pra dar e não sabem receber amor.
tá?
prontofalei!

CRISTAL
Mariazinha Cremasco

Para qué me curaste cuando estaba herío
si hoy me dejas de nuevo con el corazón partío.
(Alejandro Sanz - Corazón Partido)


Fazia tempo que não se sentia assim.

Domingo amarelo de sol e não estava feliz.

Triste, ansiosa, preocupada. Saudades de um, preocupação com o outro, insegurança com um terceiro.

Pensava por quais caminhos seguiriam.

Ela há muito desistira de seguir o seu.

Uma força estranha a impedia. Como satisfazer seus caprichos, se já nem sabia mais o que queria?

Andava cansada de tudo. Da máquina fotográfica, do tricô, do computador, da cozinha, da televisão, da coleção de vídeos, dos livros, pequenas coisas que antes lhe davam tanto prazer. Até dos amigos fugia.

Estaria assim só por causa de algumas palavras? Palavras essas, ditas em uma noite, num trajeto infeliz? Ou seria o acúmulo das palavras amargas, ditas insistentemente durante longos anos?Ela não sabia. Sabia apenas do seu cansaço - desejava mudar, sumir, transformar-se. Que rumo tomaria?

Recomeçar tudo agora ela já não sabia. Para querer de novo, seria preciso ir embora antes que a esperança acabasse.

Ela percebe que pode ser coisa passageira e em breve estará sorrindo. Mas entende também que a dor do momento é grande e parece que jamais vai passar.

Tem medo, quer carinho e proteção. Acostumada a ser tratada como forte, não lhe dão o direito de sentir-se frágil.

Num fragmento de tempo se dá conta, que é ela quem não se dá este direito. É frágil mas tem medo de romper a figura criada.

Inveja a amiga, que faz do dia uma loucura. Que tem garra e força para enfrentar como fera os desafios. Vira-se em dez, faz úteis e não fúteis as vinte e quatro horas do dia.

Inveja? Palavra mais feia. Mas se ela existe, não admitir por quê?

Todos têm inveja, ainda que seja por um momento, de algo, de alguém.

Será que trocar é mudar? Covardia, medo do novo. Esperança de renascimento.

Insegurança com as duras palavras: "você não faz nada".

E ela nada fazia!

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