Confesso que estava de mau humor pela manhã. Afinal de contas, o final de semana não foi dos melhores, e hoje eu teria tarefas chatíssimas a cumprir. Mas como temos que ir em frente, que atrás vem gente, respirei fundo, passei a mão na bolsa enoooorme* que ganhei das crianças e lá fui eu, cheia de má vontade.
Primeiro no cartório eleitoral do bairro, pegar um comprovante do segundo turno de 2006 (eu tava na Grécia, lembra?). Tudo certo, eu fui muitíssimo bem atendida. Nossa, nem acreditei. Super delicadeza. Aliás, é assim que tem que ser, né?
Depois a tarefa era ainda mais complicada. Ir até a Polícia Federal, que fica na Ponte do Piqueri, na marginal Tietê. Imagine o trampo. Totalmente sem vontade de enfrentar o trânsito, mas absolutamente sem saída, "convidei" a
Cema para ir comigo, apreciar a paisagem plúmbea e congestionada da cidade. Para meu espanto
ela topou. Além de me fazer companhia ela sabia o caminho melhor que eu. Letícia dormiu gostoso na cadeirinha no banco de trás.
Parlando, parlando, parlando, chegamos lá. E mais uma vez fui atendida com muita delicadeza. As coisas estão mudando. Ohhhhhh!!!!!!!!
Letícia se comportou no colinho da avó, enquanto eu ficava na fila para renovar meu passaporte. Tarefa cumprida, (posso retirar o passaporte novo a partir do dia 3) descemos e tomamos um cafezinho. Lelê tomou água fresca.
Voltamos para a casa da Cema e o trânsito tava de lascar, mas repito que quando a companhia é boa, não tem tempo ruim. Nantra volta parlando, parlando, parlando, chegamos na casa
dela.
Fizemos uma horinha, tomamos um lanchinho e fomos naquele espaço que vamos todas as segundas-feiras. Hoje foi a quarta e última segunda-feira** desse exercício. Pena, porque foi tão bom, tão bom, tão bom...
Nas outras semanas que lá estivemos, não conversamos com ninguém. E hoje, na fila, começamos a conversar "por acaso" com três pessoas muito interessantes: Viviane, uma menina de Itaquera, Márcia uma mulher muito linda não sei que bairro e Sonia, uma senhora com leve sotaque espanhol do Klabin.
A terapia foi muito boa, saímos de lá em paz. E não é que a moça bonita Márcia ficou nos esperando para nos dar um abraço? Foi uma coisa tão sensível, tão meiga e tão sem palavras, que nos emocionou a ambas. Tem coisas que não têm explicação. Conversamos por 15 minutos, coisas amenas, falamos do dia a dia de mãe. E ela, na saída, visivelmente emocionada, me presenteou com aquele abraço silencioso que senti tão sincero.
Coisas boas da vida.
Em seguida fomos voando para a Igreja de São José do Ipiranga, para a missa de um mês de falecimento da Neninha. Foi para completar o dia. Chegamos atrasadinhas, mas a missa foi tão linda e o coral era maravilhoso. Embarquei na Ave Maria e elevei meus pensamentos.
Obrigada, Senhor, por mais um dia. Em paz!
*Meu Deus, como é difícil lidar com essas bolsas imensas. Cabem até uma sogra dentro.**O "ominho" guardador de carro dançou. Parei longe deles todos. Rá! Andar é tão bom... hahaha.